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Negócios com propósito: Consumir também é transformar

Negócios de impacto ganham força no Ceará, equilibrando resultado financeiro e transformação social. Eles mostram que empreender pode ser sinônimo de inclusão, renda e até apoio à saúde mental. Afinal, escolher um produto na prateleira vai além do preço

 

Ticiana Rolim. Foto: Daniel Calvet

Dayse Lima
dayse@ootimista.com.br

Escolher um produto ou serviço vai muito além de preço, praticidade ou conveniência. Cada vez mais, consumidores estão atentos ao propósito por trás do que consomem.

É justamente aí que os negócios de impacto vêm ganhando espaço. São empreendimentos que não buscam apenas o lucro, mas também geram transformações sociais concretas. No Ceará, esse movimento cresce com força e mostra que é possível equilibrar resultado financeiro e impacto positivo na vida das pessoas, especialmente das mais vulneráveis.

Um levantamento da Pipe.Social, em parceria com o Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), mostra que o número de negócios de impacto no Brasil aumentou mais de 24% nos últimos três anos, com destaque para as regiões Norte e Nordeste. O Ceará tem se firmado como um dos polos mais promissores, com iniciativas que vão da geração de renda em comunidades periféricas até ações de saúde e educação. O estudo também revela que 52% desses negócios no Nordeste são liderados por mulheres, muitas delas atuando em territórios de alta vulnerabilidade social.

É o caso dos projetos incubados pela Somos Um, organização cearense voltada para o fomento de negócios com propósito. A presidente e investidora de impacto, Ticiana Rolim, compartilha histórias que mostram como o empreendedorismo pode ser uma poderosa ferramenta de inclusão. “O Giardino Buffeté um negócio social onde mulheres em situação de vulnerabilidade atuam como protagonistas. Elas cozinham, gerenciam e dividem os lucros, que também ajudam a manter um movimento de saúde mental no Bom Jardim. É uma roda de impacto que gira o tempo todo”, afirma.

Criado há apenas três anos, o buffet faturou quase R$ 700 mil no último ano e pode ultrapassar R$ 1 milhão em 2025. Por trás dos números, estão trajetórias de transformação: mulheres que saíram da dependência do Bolsa Família, retomaram os estudos ou romperam ciclos de violência doméstica.

Outro projeto apoiado pela organização é o Mãos que Encantam, nascido a partir do trabalho da ONG Semeador, que atende crianças no bairro Barrocão, em Beberibe. “As mães que ficavam esperando os filhos começaram a bordar e criar produtos. Hoje, vendem na C. Rolim, uma loja que cede espaço gratuitamente para apoiar o projeto. Esse lucro volta para o Semeador e garante autonomia financeira à instituição”, explica Ticiana.

Social

Na área da saúde, o médico e professor Leonardo Bezerra é exemplo de como conhecimento técnico pode ser aliado a um profundo senso de missão social. Com uma trajetória iniciada no SUS e consolidada em ações de alta complexidade, como mutirões de cirurgias ginecológicas no interior do Ceará e do Piauí, ele se dedica a transformar a vida de mulheres com dor pélvica crônica e endometriose.

“O maior desafio é garantir o acesso à saúde de qualidade para mulheres que vivem em locais distantes dos grandes centros. Oferecer cirurgia laparoscópica em regiões interioranas é um avanço imenso, mas exige estrutura, equipe e compromisso com a equidade”, explica. O que mais o realiza, segundo ele, é o impacto direto dessas ações.

No setor funerário, a Rede Memorial Fortaleza também mostra que é possível unir negócio e propósito. Com raízes no bairro Bom Jardim há 30 anos, a empresa desenvolve diversas ações sociais voltadas à comunidade, como serviços gratuitos de saúde, aulas de atividade física e distribuição de alimentos.

“Nossas ações de bem-estar e saúde geram um grande engajamento. Mantemos um grupo com 30 mulheres que participam de aulas de funcional de segunda a quinta-feira. Também realizamos atendimentos gratuitos e temos um comitê do bem, formado por nossos colaboradores, que organiza a entrega de marmitas, brinquedos e sopões”, destaca a diretora Patrícia Meireles.

Confira em: O Otimista – Negócios com propósito: Consumir também é transformar

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